12 outubro 2012

A Culpa é das Estrelas

A Culpa é das Estrelas (John Green) foi um dos livros que me sugaram por um dia de divagações, admito. Li em um dia (com interrupções desesperadoras, para levar minha mãe ao sacolão, ao supermercado, a feira, etc. , o que me tomou algumas horas de leitura) e tenho que dizer que como julguei a princípio que não me encantaria, perdi a aposta.
Hazel Grace é a protagonista e narradora em uma fase terminal de um câncer que condena sua respiração à necessidade de uma cânula de oxigênio nas narinas e um aparelho a noite que cumpra a função de seus pulmões. Os preenchimentos do vazio causados pela dor da doença, são tomados, no entanto -e okay , de forma super doce - pelo amor por Augustus. Com toda certeza não posso ficar desenrolando a história pois cada detalhe mínimo é quase um passo ao capítulo seguinte.
Não é, no entanto, um livro sobre o câncer - que claro, aparece inevitavelmente o tempo inteiro na narrativa, só que como figura de fundo - mas é , acima de dramas heroicos sobre o enfrentamento da doença, uma história que traz uma ótica sobre conviver com momentos difíceis e ainda assim, optar por tentar , apreciando o que há de delicado no mundo.
Dói alguns momentos tentar se colocar no lugar de Hazel  - como sempre faço com os protagonistas dos livros que leio- mas é uma dor que, de forma grandiosa tira algumas escamas do que você sente e da sua perspectiva sobre o que está perto de você, das pessoas que te cercam.

Um comentário:

  1. Confesso que fiquei com um pé atrás antes de ler esse livro. É sempre assim que me sinto com livros/filmes/bandas que são um boom instantâneo, que todos falam tão bem. Justamente porque crio expectativas muito altas e quase sempre me decepciono. Parece que já li ou ouvi todas as conclusões possíveis e nem consegui absorver o conteúdo por conta própria.

    Mas esse é daqueles raros tesouros que é tudo que já falaram. E mais. É um pequeno tesouro, que a cada novo olhar você encontra outro brilho, com o qual cria um vínculo quase inseparável. Também li numa velocidade assustadora, chegando ao ponto de terminá-lo na maternidade no dia em que minha priminha Sophia nasceu.

    Também tive medo que caísse em um livro sobre o câncer e seus problemas e a luta que é para sobreviver, etc e tal. Mas é mais do que isso. É um livro sobre viver, com os sentimentos ao máximo. Sobre sentir, para refletir sobre a vida e conviver com momentos (os bons, os maus e os quase impossíveis). Acho que a Hazel não gostaria que a gente pensasse que a dor dela é grandiosa, mas é meio inevitável. Porque é.

    Chorei como uva passa, ri como uma criança. São os efeitos que esse livro tem nas pessoas. Porque é... humano. Acima de tudo, é um livro humano, sobre o ato de "ser humano" e lidar com isso.

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