20 outubro 2011

Sementes

Meu bem,meu bem, vamos ver até quando a grama ainda se deixa molhar sem que as flores brotem. Olha só, pequenino! Escuta! A chuva não impedirá semente alguma de ser lançada ao solo da apatia. Quanta tristeza percebemos daqui! Daqui de onde as vezes nossos peitos recebem filetes de consciência e de onde percebemos que antes de qualquer impedimento existe o próprio eu. O próprio orgulho ferido que não quer ser pisoteado por verdade alguma e que grita - estridente- coisas vãs. Amor, ah amor, respira um pouco mais com a fronte ao teto que lacrimejando nosso alívio ainda tem estrelas sem fim. Mas por que? Misericórdia, dos bons anjos ou sementes que já perdemos? O tempo não deixa de passar pra nós nem pra eles: então respira e espera. Espera e se aconchega nos aprendizados seus que já são princípios de vida silenciosa que sufoca qualquer grito orgulhoso. Canta mais vezes sibilando com o vento que não te amedronta mais e deixa que sua consciência impregne todas as notas dessa oração. E espera.