Enquanto meus pés sentem -descalços- folhas que se quebram em minúsculos estalos, procuro tocar com as pontas dos meus dedos o que de mais leve posso sentir. O vento que antes assoprava e em que momentos gritou meu nome sem que eu quisesse responder, as gotas não mui leves que me angustiaram e insistiram em cair sobre meu rosto; Vê que tem sido confuso e mesmo confidencialíssimo tudo isso que as vezes sinto? Um furacão que roça minha garganta e que, por vezes incontáveis engulo seco pra que não venha a tona. Acho que isso deve ser mais ou menos crescer.
Na minha falta de termos explícitos ou objetividade necessária procuro argumentos internos que me levam a calafrios. Correm um por um esses tremorezinhos por minhas vértebras e antes que a cervical seja tocada já passou a vontade de falar. Mas porque afinal gastar palavras com ignorantes, com infantis, com imaturos? Ah, mundo caminheiro- sem fim mesmo - que ousa mostrar em espelhos brilhantes o que nossas pupilas dilatam para não ver. Ah mundo cansado que precisa regenerar. Terra querida, escuta que te quero tomar no colo, que te quero fazer acalmar as dores por vezes tão intensas. Não deveria, planeta meu, ser tão pequena por tanta dor que já sofreu. Mas ah, o tempo continua infinito e não cansa de dar tombos em quem insiste em fraquejar.
Ombros doem pra quê? Se a noite vem quietinha sibilando conselhos venturosos àqueles que se dispõem escutar. Tomo-te então pra mim, tempo que vai, e rastejo no que posso seus ponteiros pra que não me seja ignorada lição alguma, ainda mesmo que alfinetada.