20 outubro 2011

Sementes

Meu bem,meu bem, vamos ver até quando a grama ainda se deixa molhar sem que as flores brotem. Olha só, pequenino! Escuta! A chuva não impedirá semente alguma de ser lançada ao solo da apatia. Quanta tristeza percebemos daqui! Daqui de onde as vezes nossos peitos recebem filetes de consciência e de onde percebemos que antes de qualquer impedimento existe o próprio eu. O próprio orgulho ferido que não quer ser pisoteado por verdade alguma e que grita - estridente- coisas vãs. Amor, ah amor, respira um pouco mais com a fronte ao teto que lacrimejando nosso alívio ainda tem estrelas sem fim. Mas por que? Misericórdia, dos bons anjos ou sementes que já perdemos? O tempo não deixa de passar pra nós nem pra eles: então respira e espera. Espera e se aconchega nos aprendizados seus que já são princípios de vida silenciosa que sufoca qualquer grito orgulhoso. Canta mais vezes sibilando com o vento que não te amedronta mais e deixa que sua consciência impregne todas as notas dessa oração. E espera.


3 comentários:

  1. Fico sempre encantada com a vastidão do seu vocabulário, e como você consegue compor as palavras de um modo que fique lindo e poético. Sério, você tem alma de escritora.

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  2. Mais uma vez um comentário seu me emocionou de tão atencioso, sério!
    "Você está sem dúvidas, Lu, na minha lista de pessoas que merecem ser escutadas antes mesmo que pensem em falar" Nossa, eu me senti extremamente honrada com isso, espero fazer sempre por merecer essa confiança.
    Obrigada pelo carinho, Gabi.
    O carinho é mutuo. E a admiração pelo seu cantinho também. Torço para que as férias cheguem logo e você possa aparecer aqui mais vezes, além de ter tempo de sobra pra fazer as coisas que gosta.

    Bisous.

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