Emily Brontë tem uma capacidade única para dar vida a personagens intensos. A narrativa de O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights) - único romance escrito pela autora- é feita pelo sr. Lockwood sobre seus colóquios com a senhora Nelly, governanta de sua casa e responsável por tudo o que virá ao conhecimento deste senhor. O amor doentio e arrebatador de Catherine e Heathcliff (senhorio do narrador) é o que envolve todos os personagens da história. Consequências letais serão emocionalmente frisadas e sentimentos como ódio, vingança, desespero, paixão, medo, ciúme e mais outros não tão saudáveis irão pulsar durante todo o romance em um misto de ansiedade e expectação que colocaram-me -sinceramente- aflita em vários momentos. Afinal, pode alguém chegar ao fundo do que sente em delírio e morte por causa de um amor infantil? Emily Brontë fez-se mestre em mostrar que sim e evidenciou com grandeza a forma como podem surgir tragédias em meio a tanto amor.Preciso dizer que lembrei-me do sr. Chico Xavier lendo este livro ao dizer que "Finalmente, o ódio, que julgas ser a antítese do amor, não é senão o próprio amor que adoeceu gravemente."
É um clássico enfim, sobre o adoecimento do amor que merece atenção e reflexão sobre consequências e encadeamentos.
